O ginásio era italiano, a cidade sede era italiana. A torcida fanática que abarrotava as arquibancadas, também. Aqui acolá avistava-se alguém vestindo verde-amarelo. Poucos. Pouquíssimos. Entretanto, foram estes que puderam sorrir diante da apresentação de gala da seleção brasileira, que encerra sua participação no Campeonato Mundial 2014 com uma medalha de bronze e a melhor campanha da competição.
Brasil e Itália eram até bem pouco as duas grandes favoritas a final da competição. Ontem, de forma inexplicável, viram seus adversários na semifinal fazerem o improvável acontecer. Ficaram pelo caminho.
Na tarde desse domingo, 12, jogando em Milão, as duas seleções duelavam pela terceira posição. A briga era pelo bronze, mas o jogo foi digno de uma grande final. Foram necessários 4 sets, mais de duas horas de jogo e muita paciência para que as comandadas por Zé Roberto Guimarães aplicassem 3 sets a 2 para cima das donas da casa, com parciais de: 25/15, 25/13, 22/25 e 22/25 e 15/7).
Decisiva, nossa oposta Sheilla Castro mostrou que cresce em momentos de decisão. Na partida de hoje a camisa 13 foi a maior pontuadora do lado brasileiro com 21 acertos (18 de ataque e 3 de saque).
ESSE BRONZE VALE OURO
A história do Brasil na competição se assemelha muito a história do Brasil nesta partida. Um começo brilhante, incontestável, impecável. Depois, uma pequena desconcentração, que resultou na virada do adversário. Em seguida, inteligencia para recobrar as rédeas da situação e administrar com talento essa vitória bonita que nos rendeu vaga no pódio.
Ontem nós choramos. Choramos de tristeza por saber que por bem pouco fomos bruscamente arrancados do sonho pelo título inédito. Foi dolorido. Mas era preciso superar. E superar em muito pouco tempo, menos de 24 horas. A competição ainda não havia acabado e era preciso continuar tentando.
Vocês já pararam para pensar como "continuar tentando" é muito cruel? Bom mesmo seria desistir, entregar os pontos, fazer as malas e voltar para casa. Continuar tentando dói. Principalmente quando já estamos com o coração pesado. Quando os fantasmas da derrota anterior insistem em nos perseguir. Aconselhar "não desista" é fácil. Não desistir, entretanto, é coisa que só os fortes conseguem.
E por isso agora, com o coração estufado de orgulho, quero parabenizar a todas e cada uma que compõe esse grupo por terem continuado tentando. Doze vitórias, uma derrota. A melhor campanha é de vocês. Não são só os números que dizem isso, é principalmente pela garra demonstrada.
Hoje, recebemos esse bronze com o carinho e respeito que vocês merecem. Não estamos acostumados a comemorar terceiro lugar, mas essa medalha vale ouro. Ela coroa a história bonita de superação e união do grupo nesse torneio. Obrigada por serem o orgulho do nosso esporte, meninas! Acreditem, esse bronze vale ouro para gente! Parabéns, guerreiras!
(Texto: Andressa Figueiredo)
(Texto: Andressa Figueiredo)